terça-feira, 21 de julho de 2009

Quem tem raça é cachorro

Como disse recentemente o escritor João Ubaldo Ribeiro, citando um dos seus personagens da Ilha de Itaparica, "quem tem raça é cachorro". Não poderia ter feito um resumo melhor da coisa toda. Waldick Soriano já dizia "eu não sou cachorro não", e eu concordo com ambos.

O Brasil está fazendo o possível, nestes últimos tempos, para dar a si próprio algo que até hoje conseguiu não ter: um problema racial. Se tantos outros países importantes têm questões sérias de racismo, por que o Brasil também não poderia ter a sua?
Parece um motivo de desapontamento, na visão das pessoas que foram nomeadas pelo governo para defender os interesses da "população negra", ou nomearam a si mesmas para essa tarefa, que o Brasil seja possivelmente o país menos racista do mundo. Que outros poderiam ser citados? Certamente haverá nações que têm um número maior de leis contra a discriminação, são mais sérias na sua aplicação e adotam medidas de proteção especial a minorias raciais. Mas não dá para sustentar, não a sério, que haja mais racismo no Brasil do que em qualquer delas. Como poderia haver, num país onde a grande maioria da população não sabe dizer ao certo qual é a sua cor, nem demonstra maior interesse em saber? "Moreno" é a sugestão de resposta mais frequente, quando a pergunta é feita para a imensa massa de brasileiros que não se identificam claramente como brancos, nem pretos, nem qualquer outra coisa.
Criar um racismo que se preze, num país assim, não é trabalho fácil – mas é possível. Uma das ferramentas mais utilizadas para isso é distribuir aos "brancos" uma espécie de culpa geral por tudo o que ocorre de errado aqui dentro. Não se citam nomes; só se cita a cor da pele. Tornou-se comum, por exemplo, o uso da expressão "elite branca" como símbolo de coisa do mal – com a agravante, em certos casos, de que essa elite, além de branca, pode ser "do sul". A mesma gente, de "pele clara e olhos azuis", é culpada também pelo que ocorre de errado lá fora, como a crise financeira internacional; por essa maneira de ver a vida, os desastres que produziram foram provocados por seu tipo físico, e não pelo seu comportamento individual. Outro esforço é criar repartições públicas para cuidar da questão racial – o que tem a tripla vantagem de dar uma cara oficial à existência do problema, passar a impressão de que o governo está cuidando dele e arrumar empregos para amigos. A mais notável delas é um órgão com nove palavras no título e status de ministério – a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Seu grande feito, em seis anos de existência, foi a demissão da secretária-ministra Matilde Ribeiro, em 2008, quando se descobriu que ela usava o cartão de crédito destinado ao exercício de sua função para pagar despesas de free shop ou contas no Bar Amarelinho, no Rio de Janeiro.
Nada parece pior, porém, do que a tentativa de estabelecer por lei que cidadãos devem ter direitos diferentes de acordo com a cor de sua pele, como preveem os projetos de "cotas raciais" ora em debate no Congresso Nacional – pelos quais os brasileiros negros, ou definidos como tal, deveriam ter mais direitos que os brasileiros brancos, ou de outras origens, no mercado de trabalho, nas vagas universitárias ou nos concursos para cargos públicos. É o contrário, exatamente, do que deveria ser. A grande vitória da humanidade contra a discriminação racial foi excluir das leis a palavra "raça"; o objetivo era estabelecer que todos têm direitos idênticos, sejam quais forem as suas origens, dentro da ideia de que todos os homens pertencem a uma "raça" apenas – a raça humana. No Brasil de hoje, em vez de proibir o uso da noção de raça para dar ou negar direitos, tenta-se ressuscitar a tese de que os indivíduos são diferentes uns dos outros, em termos de cidadania, segundo a cor que têm.

Vagabundos transformados em heróis

Causa portanto asco e revolta que se queira levar a Opinião Pública, contra modestos policiais, em numero reduzido e que apenas procuravam restabelecer a ordem, conforme era de seu dever.

Periodicamente, constatamos na imprensa falada e escrita, observações, artigos e comentários sobre o que chamam “O Massacre de Carajás”.
Geralmente, de uma forma bastante exagerada, distorcida e tendenciosa se tecem loas aos invasores, baderneiros e perturbadores da ordem pública, e, ao mesmo tempo condenam ao inferno os defensores da Lei que La foram chamados em favor de uma população indefesa e exatamente para restabelecer a Paz pública.
Ora, os que se lembram das reportagens na ocasião do evento,constataram, inclusive através de filme, exibido, por exemplo, nos jornais que um grupo diminuto de policiais recuava enquanto uma turba malta ensandecida partia em sua direção armada de facas, facões, foices e até armas de fogo também.
Esta muito nítido no referido filme que os policiais, recuavam contìnuamente até não mais poder, em função de um paredão que barrava o recuo dos policiais. Então, o que deveriam fazer em face do obstáculo, e, tendo em vista que tinham sido chamados, no cumprimento do dever para restabelecer a ordem.
Poderiam se deixar imolar como mártires diante dos ofensores enraivecidos?
Sim, poderiam, mas isso não seria desejável por representar o sacrifício de suas vidas além de não cumprirem o seu dever funcional. Então reagiram, com os meios de que dispunham, em Legítima Defesa, diante de uma agressão atual ,iminente e injusta. Estavam também respaldados pelo Exercício Regular de Direito. Ambos os Institutos reconhecidos desde épocas imemoriais e presentes em todas as Legislações dos povos cultos.
Causa portanto asco e revolta que se queira embair a Opinião Pública, contra modestos policiais, em numero reduzido e que apenas procuravam restabelecer a ordem, conforme era de seu dever.

Ex-presos do Khmer Vermelho relatam horror dos 'campos da morte' comunista

Phork Khan afirmou que se tornou combatente em 1971. "Em Phnom Penh,em 1975, tomei parte na libertação", disse ele. "No começo eu estava bastante contente, mas depois de ver a remoção forçada de pessoas e os tiros indiscriminados contra pessoas por parte dos soldados do Khmer Vermelho, não fiquei satisfeito com essa mudança na situação."


PHNOM PENH (Reuters) - Um ex-combatente do Khmer Vermelho nos anos 1970 contou a uma corte cambojana nesta quarta-feira como suspeitaram que ele era contra o regime de Pol Pot. Preso e espancado até ficar inconsciente, ele acordou embaixo de corpos em um buraco que servia de sepultura.

Phork Khan, de 57 anos, deu o depoimento ao testemunhar no julgamento de Duch, chefe do centro de interrogatório S-21 do Khmer Vermelho em Phnom Penh, que pode ser sentenciado à prisão perpétua se condenado por crimes de guerra, crimes contra a humanidade, tortura e homicídio.

Duch admitiu sua participação em milhares de mortes na prisão, mas diz que estava apenas cumprindo ordens. Ele também questionou a credibilidade de algumas das testemunhas.

Phork Khan afirmou que se tornou combatente em 1971. "Em Phnom Penh,em 1975, tomei parte na libertação", disse ele. "No começo eu estava bastante contente, mas depois de ver a remoção forçada de pessoas e os tiros indiscriminados contra pessoas por parte dos soldados do Khmer Vermelho, não fiquei satisfeito com essa mudança na situação."

Quando o regime começou a expurgar suspeitos de serem dissidentes, ele foi preso em 1978 e enviado para o S-21. "Eles amarraram minhas pernas e braços e me deixaram de cabeça para baixo. Fui chicoteado e não podia me mexer livremente. Eu mal podia suportar a agonia", contou ele.

Certo dia os guardas o levaram para a margem de um buraco no "campo da morte" de Choeung Ek, perto de Phnom Penh.

"Eu não sabia quantos prisioneiros tinham sido mortos depois que fiquei inconsciente. Somente depois de recobrar a consciência eu vi três corpos sobre mim", disse ele ao tribunal.

Mais de 14.000 pessoas morreram na prisão 21. Oito sobreviventes testemunharam até agora sobre sua detenção, apesar de Duch ter duvidado de que todas elas de fato passaram algum tempo lá e um dos juízes levantou algumas dúvidas.

O juiz Nil Nonn observou na terça-feira que Phork Khan não havia mencionado nas declarações antes do julgamento o horror de ter sido enterrado vivo.

Na terça-feira, outro sobrevivente, Lay Chan, disse que havia sido preso por dois meses na S-21 em 1976 e interrogado duas vezes antes de ser libertado. Duch respondeu que ninguém foi solto da S-21 e, portanto, Lay não poderia ter estado lá.

Duch, cujo nome verdadeiro é Kaing Guek Eav, é o primeiro de cinco líderes presos do Khmer Rouge a enfrentar o tribunal.

"O Irmão Número 1" Pol Pot, cujo regime caiu em 1979,quando o Camboja foi invadido pelo Vietnã, morreu em 1998 perto da fronteira do Camboja com a Tailândia.