sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A sindicalização da vontade humana

A ditadura nada mais é do que um desequilíbrio de valores: "Eu posso fazer o que ao outro é vedado". Logo contra ditaduras não precisa ter ética alguma, uma vez que isto é deles totalmente desconhecido

Os petistas não reconhecem os direitos de um sujeito na sua particularidade. Aceitam, por exemplo, a homossexualidade, mas como condição geradora de demandas, o que está longe de ser sinônimo de respeito ao homossexual na sua especificidade. Assim, o gay, para ser admitido no mundo dos justos, precisa ser um militante: exposto, "assumido", porta-voz de uma causa, carregando bandeira. Um negro tem de trazer a escravidão estampada na alma. Ou negará a si mesmo. Também à mulher cabe se organizar contra o seu feitor. Não existem indivíduos, mas categorias. É uma espécie de sindicalização do espírito, de corporativismo anímico. É preciso que as "minorias" sejam dotadas de um rancor escravo que as torne dependentes existenciais de seus algozes. O ódio impotente, que tem de conquistar na marra o que supostamente lhe falta, está na origem de uma nunca contada história sentimental das esquerdas.

Até nas guerras há coisas que não podem ser feitas. Mas, para tanto, é preciso ter uma ética. Trata-se daquele conjunto de interdições e permissões que tanto eu como meu adversário reconhecemos como aceitáveis e justas. Se esse acordo entre desiguais está presente até na guerra, isso significa que, sem ele, também não se faz a paz – e a democracia se torna impossível. A ditadura nada mais é do que um desequilíbrio de valores: "Eu posso fazer o que ao outro é vedado". O PT substituiu a ética pela administração das necessidades da hora.

A história da esquerda é a história do esmagamento do indivíduo e do homem que há, com suas precariedades, em nome do homem a haver, livre de "deformações". Seus utopistas nunca viram o horror, o massacre e a morte de milhões como empecilhos para construir esse "novo homem". "Só a esquerda?", logo indagaria um inconformado. Não. A direita também cometeu crimes hediondos. A diferença, o que não a perdoa moralmente, é que nunca reivindicou a condição de um novo humanismo. Em termos um tanto especulativos, pode-se dizer que a direita reacionária matou para tentar reconstruir o passado, e a esquerda revolucionária, dezenas de vezes mais para construir o futuro.
Outra diferença nada ligeira é que o fascismo, felizmente, não deixou senão defensores residuais e sem importância. Já os intelectuais do socialismo homicida, estão na academia, na imprensa, nos governos e integram o establishment das democracias, construídas à sua revelia.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Como se decompõe uma nação

Valores que acreditar segundo o governo revolucionário PT: Instaurar o império da impunidade. Assumir, como critério de juízo, a ideologia segundo a qual as vítimas da criminalidade são socialmente culpadas, ao passo que os bandidos são inocentes porque a sociedade os obriga a ser como são.

Em seu relatório de 2008, a International Transparency situa o Brasil em 80º lugar, com nota 3,5 sobre 10, no ranking da corrupção. Estamos nivelados com Burkina Faso, Marrocos, Arábia Saudita e Tailândia. Perdemos até para a Namíbia, Tunísia e Gana, países onde as práticas são consideradas mais corretas do que aqui. É constrangedor o que o mundo pensa de nós! Estou convencido, caro leitor, de que temos a obrigação moral de enfrentar essa pauta, refletindo sobre a realidade que os números refletem. É intenção deste artigo, portanto, identificar o que nos conduz a tão lamentável reconhecimento mundial.

Em contradição com a opinião de muitos, penso que o povo brasileiro é de boa índole. Nossa gente, em sua imensa maioria, tende a agir bem. Mas vem sendo submetida, essa boa gente, de modo sistemático, a uma estratégia perversora, cujo longo e tenebroso roteiro pode ser agrupado nos quatro conjuntos de ações que exemplifico a seguir, sem esgotar a pauta:

1. Ações pelo império do “politicamente correto”. Elas envolvem tolerar tudo, sempre, exceto a opinião do Papa. Combater a disciplina e jamais dizer “não” a si mesmo. Rejeitar a noção de limites. Inibir o exercício da autoridade nas famílias, escolas, instituições públicas e privadas. Abrandar as penas, tornar morosos os processos. Instaurar o império da impunidade. Assumir, como critério de juízo, a ideologia segundo a qual as vítimas da criminalidade são socialmente culpadas, ao passo que os bandidos são inocentes porque a sociedade os obriga a ser como são (tese do Marcola que coincide com o espírito da última Campanha da Fraternidade). Matreiro, Macunaíma, o herói sem caráter, piscará o olho.

2. Ações contra a identidade nacional. Elas envolvem reescrever a história do Brasil de modo a promover a cultura do ajuste de contas, da vingança e do resgate imediato de dívidas caducas. Denegrir o passado, borrar a imagem dos nossos grandes vultos, construir estátuas para bandidos e exibir, como novos modelos da nacionalidade, os peitos e bundas dos heróis e heroínas do BBB. Macunaíma esboçará um sorriso.

3. Ações contra a alma e a consciência das pessoas. Elas envolvem rejeitar, combater e, quando isso for inútil, tornar irrelevante a idéia de Deus. Sustentar que pecado é conceito medieval e que coisas como bem e mal são muito relativas, dependentes dos pontos de vista e da formação de cada um. Declarar obsoletos o exame de consciência, a coerência com a verdade e a retificação das condutas. Aceitar como válido que o erro de um sirva para justificar o erro de outro. Canonizar o deboche e debochar da virtude. Combater a Igreja desde fora, pela via do ateísmo militante, e desde dentro, invadindo os seminários com literatura marxista. Macunaíma rirá seu riso desalmado.

4. Ações contra a virtude. Elas envolvem atacar a instituição familiar, ambiente essencial à transmissão dos valores e assemelhá-la a uma coisa qualquer. Tornar abundante a vulgaridade. Servir licenciosidade e erotismo à infância e colocar a maior autoridade do país a distribuir camisinhas no carnaval. Evidenciar a inutilidade da Lei, tornando nítido, por todos os meios, que uns estão acima dela, que outros, sem quaisquer consequências, vivem fora dela e que outros, ainda, são credores do direito de a descumprir. Macunaíma, o herói sem caráter, rolará no chão, às gargalhadas.

Escrito por Percival Puggina

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Obama é garoto fácil que só diz sim

Se Obama reconheceu Mahmoud Ahmadinejad como o “líder eleito” do Irã. Porque, então, Honduras não pode ser deixada em paz ? matéria de bandidos e facínoras, Barack Hussein Obama está na categoria dos que cedem logo. Ele só não pode suportar é que um suposto “golpe” derrube um neobolivariano como Manuel Zelaya.


Barack Hussein realmente não decepciona ninguém, antiimperialistas e antiamericanos — incluindo, naturalmente, os… americanos antiamericanos.

Seu governo já reconheceu Mahmoud Ahmadinejad como o “líder eleito” do Irã. Robert Gibbs, o porta-voz da Casa Branca, mandou ver: “Foi uma decisão e um debate que aconteceu no Irã, com os iranianos. Eles que iam escolher o líder”.

Noto que há até aiatolás nas ruas contra a eleição de Ahmadinejad, eivada de fraudes. Mas o aiatolá Barack Hussein já se dá por satisfeito. O Irã é aquele país que pretende varrer Israel do mapa e que considera os EUA o Grande Satã. Até aí, tudo bem, não é mesmo?

Eu me pergunto por que, então, Honduras não pode ser deixada em paz, uma vez que as instituições depuseram, segundo a Constituição, um líder golpista. Por que Gibbs não diz: “Foi uma decisão e um debate que aconteceu em Honduras, com os hondurenhos. Eles que iam escolher o líder”.

Aí o apressadinho, do tipo que nem espera sair do elevador para terminar a noite, tenta responder com aquela sapiência que os petralhas julgam ter: “Ah, mas o atual governo de Honduras não foi eleito, e Ahmadinejad foi…” Ah, bom!

Deixem-me ver se entendi: para os bolivarianos e para Barack Hussein, basta que haja um processo eleitoral, fraudado ou não. Se fraudado, basta botar a polícia na rua para baixar o pau em quem protesta, que é tudo legítimo.

Claro, claro… Cedo ou tarde, os EUA teriam de reconhecer o governo do Irã. Em matéria de bandidos e facínoras, Barack Hussein está na categoria dos que cedem logo. Ele só não pode suportar é que um suposto “golpe” derrube um neobolivariano como Manuel Zelaya.

Não é por acaso que a imagem de Barack Hussein começa a derreter.