segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Homem pega dois anos de cadeia porque disse passar fome em Cuba



Em julho, Pánfilo, interrompeu a gravação de um documentário sobre música urbana em Cuba e gritou: "Aqui há muita fome, o que é preciso é 'jama' [comida, em gíria cubana]".


Um tribunal de apelação de Havana ratificou nesta quinta-feira (10/09/09) a condenação a dois anos de prisão contra um homem que protestou diante de câmeras de televisão por passar fome, disseram fontes da dissidência interna em Cuba.

O Tribunal Provincial de Havana considerou que Juan Carlos González Marcos, de 48 anos, conhecido como Pánfilo, incorreu no crime de "desvinculação laboral", segundo Richard Rosselló, da Comissão Cubana pelos Direitos Humanos e pela Reconciliação Nacional (CCDHRN), que esteve na audiência como observador.

Segundo Rosselló, a "desvinculação laboral" é similar à vadiagem e é considerada como crime na ilha.

Segundo a decisão judicial, a sentença é inapelável e Pánfilo passará os dois anos de prisão na penitenciária de Toledo 2, na periferia de Havana.

Em julho, Pánfilo, interrompeu a gravação de um documentário sobre música urbana em Cuba e gritou: "Aqui há muita fome, o que é preciso é 'jama' [comida, em gíria cubana]".

A intervenção de Pánfilo teria passado despercebida se não tivesse sido postada no site de vídeos Youtube, onde teve mais de 400 mil exibições. A partir daí, houve a criação de grupos de apoio ao cubano.

Ao ver a repercussão de suas declarações, Pánfilo se retratou em um vídeo posterior, mas isso não o livrou de ser detido e julgado 12 de agosto, em uma audiência a portas fechadas.

A imprensa não teve permissão para assistir a audiência. O próprio advogado do acusado se negou a dar entrevistas.

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